Acabo de descobrir porque tenho me sentido tão estranhamente frustrado e com um ânimo bastante limitado nos últimos tempos: simples e pura falta de incentivo. Isso mesmo! Sem ‘rodeios’, metáforas ou falsas comparações entusiastas, mesmo porque, o problema em questão é relativamente simples.
Todas as vezes em que tento me engajar em um projeto novo ou em alguma ocupação para a minha mente parcialmente sobrecarregada e imensuravelmente insana acabo, ocasionalmente, esbarrando em uma absurda e sem nexo falta de apoio. Me sinto embarcando em um potente foguete com destino aos confins da imaginação, porém, no exato momento da partida, descubro que os responsáveis por abastecê-lo e mantê-lo funcionando não realizaram seu trabalho, deixando-o à deriva e, de uma forma quase literal, assassinando toda e qualquer forma livre de pensamento ou tentativa de expressar uma ideia.
Genialidade é algo que não se compra em uma loja de departamentos e, vos digo, é para poucos. Me causa repulsa ver pessoas achando que sabem mais do que tudo e todos, pensando possuir o direito de julgar o que é correto e o que não é, punindo todos aqueles que, por serem apenas seres humanos, cometem erros que, diga-se de passagem, nem são tão absurdos assim. Logo, eu que possuo uma mente simples e limitada, como qualquer ser humano com um q.i. padrão, me reservo o direito de analisar cada palavra e frase escrita com muita cautela, pois não quero ser condenado por algo que eu nem mesmo sei.
Já não sinto receio de expressar minhas frágeis ideias pois, sei, são apenas indagações de um cotidiano banal, vivido dia após dia por este que vos fala e, mesmo que a ira de cada deus do Olimpo venha a recair sobre minha alma, não hesitarei em ser eu mesmo - um ser limitado com um propósito muito menos audacioso do que cumprir os doze trabalhos. Sinto-me livre para extravasar cada pensamento sem me apegar a detalhes promíscuos que servem apenas para encarcerar e pôr fim a liberdade de expressão, afinal, livre arbítrio é um dom incondicional, não um direito com prazo de validade.
Não obstante às intempéries do acaso, vou abastecer meu foguete com o combustível da persistência, dar a partida na ignição do pensamento e seguir o rumo das palavras pois, de forma alguma, estou aqui para satisfazer gregos e troianos ou, muito menos, tentar tachar a mim mesmo como o dono da razão e senhor de todas as coisas - expressões clichês, mas provindas de uma intenção indiscutivelmente original.
“Ao fim de tudo, transformando o silêncio que até então é mudo” em mais um amontoado de palavras que insistem em expressar minhas ideias, encerro com um dizer de nosso saudoso escritor Érico Veríssimo: “A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer escrever claro não é certo mas é claro, certo?”
(By Tiarles Daros)
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